
Beleza de mercado: previsão de crescimento de 30% favorece negócios e contratações
BRASÍLIA E RIO - Não à toa o Brasil já é considerado o terceiro maior mercado de beleza do mundo - perdendo apenas para os Estados Unidos e para o Japão. Oportunidades lucrativas de negócios para empresários e empreendedores se multiplicam por aqui, com a mesma velocidade que a indústria de higiene, perfumaria e cosméticos investe em inovação, pesquisa e desenvolvimento. O resultado dessa equação é um rápido crescimento do setor de estética no país, o que aumenta o número de vagas abertas e impulsiona profissionais de diferentes segmentos, como laboratórios, clínicas de estética e salões de cabeleireiro, a buscarem maior qualificação, inclusive no exterio, informa a reportagem de Eliane Oliveira e Paula Dias.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o desenvolvimento da indústria, a participação crescente da mulher no mercado de trabalho e a utilização de tecnologia de ponta, com o consequente aumento da produtividade, fizeram o mercado de beleza aumentar cinco vezes, alcançando, em 2010, faturamento de R$ 27,3 bilhões. A estimativa de crescimento, dizem especialistas, é ainda maior em 2011: em torno de 30%.
- Uma das razões para a expansão do setor, além da modernização do parque industrial, do investimento em marketing e da inovação tecnológica das indústrias, é a democratização do consumo e do maior acesso a produtos pelas classes D e E - ressalta o presidente da Abihpec, João Carlos Basilio.
Já as oportunidades de trabalho criadas pelos salões de beleza cresceram 278,9% em 16 anos (de 1994 a 2010). Dados obtidos junto ao mercado e a sindicatos de trabalhadores revelam que, em 2010, foram contabilizadas 4,282 milhões de oportunidades de emprego nas áreas de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Número que representa uma expansão média anual de 9,3% em relação ao ano passado.
Em 15 anos, expansão média de 10,5%, contra PIB de 3,1%
Sócia de uma das maiores empresas de recrutamento e seleção de profissionais para o setor de cosméticos, Daniela Aquino, da Linus, diz que o setor paga bem. Uma consultora pode ganhar R$ 7 mil por mês, desde que se dedique plenamente à atividade. O salário de quem trabalha em um dos cem mil salões de cabeleireiro espalhados pelo Brasil também pode chegar a R$ 7 mil. Nas indústrias de cosméticos, por sua vez, a remuneração é maior: dependendo da área, passa de R$ 20 mil, para diretores, por exemplo.
- A questão é que caminhamos para uma crise complicada. Há uma necessidade absurda de profissionais especializados - aponta Daniela.
É por isso que o hair stylist Alexandre Carvalho, de 30 anos, sabe que não pode parar de se reciclar. Formado em jornalismo, o profissional abandonou a carreira logo depois que terminou a faculdade para fazer o curso básico de cabeleireiro do Senac-Rio, com duração de seis meses. A partir de então, não parou mais de trabalhar. Hoje, Carvalho é um dos profissionais mais requisitados do Crystal Hair, na Zona Sul, onde cobra R$ 215 pelo corte.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário